O que é Hermenêutica

A palavra “Hermenêutica” vem do termo grego “hermeneuo”, que é o equivalente de “interpretar”. Segundo Strong  é uma suposta derivação de Hêrmes, o deus da mitologia grega cuja função seria a de “o mensageiro das divindades gregas”. Em Atos 14:12 o povo de Listra chamou a Barnabé Jupiter (Lit. Zeus, o deus supremo do panteão grego) e a Paulo, Mercúrio (lit. de Hermes, filho de Zeus e o principal mensageiro), “pois era este o principal portador da palavra”.

 

Numa definição empírica, se diz da hermenêutica “a arte de interpretar textos”, o que não está errado, pois, segundo o dicionário eletrônico Aurélio é a “arte de interpretar textos”, e ainda “a arte de interpretar a Escritura” e, por fim, “a arte de interpretar leis”.

 

A hermenêutica abarca as regras de interpretação de toda a classe de escritos humanos, tanto profanos quanto sagrados. J. Severino Croatto definiu o significado de hermenêutica como “o correlato do termo “interpretação”, mais comum”. 

 

Sintetizando, hermenêutica é a “arte de interpretar textos” e a religião, o direito, a filosofia e a história passaram a ser seus principais campos de interesse.

 

Ampliando o Significado do Termo

Osborne definiu a tarefa interpretativa sob três perspectivas essenciais.

 

“Primeira, a hermenêutica é uma ciência, uma vez que faz uma classificação lógica e ordenada das leis da interpretação [...] Segunda, é a de que a hermenêutica é uma arte, uma vez que é um conhecimento que se adquire e exige tanto imaginação quanto competência para aplicar as “leis” às passagens selecionadas ou aos livros. É uma arte que não pode ser simplesmente aprendida numa sala de aula, mas é conseqüência de uma prática constante em sua área de atuação [...] Terceira e mais importante, é a de que a hermenêutica, quando utilizada para interpretação das Escrituras, é um ato de caráter espiritual realizado na dependência do Espírito Santo.” (OSBORNE, Grant R., 2009, pg 26)

 

Às vezes, a teoria hermenêutica se divide em duas subcategorias: Hermenêutica Geral e Hermenêutica Especial. A primeira trata do estudo das regras que regem a interpretação do texto bíblico inteiro (inclui os tópicos da análise histórico-cultural, léxico-gramatical, contextual e teológica), enquanto que a segunda, trata das regras aplicáveis a gêneros específicos (parábolas, alegorias, profecias, etc).

 

A Hermenêutica deve ser distinguida da critica textual e da exegese, porém, nunca deve ser isolada dos demais campos do estudo bíblico. Esta se relaciona com a critica textual, a critica histórica, a exegese e a teologia bíblica ou sistemática. Porém, cabe a Hermenêutica descobrir o significado real do texto, enquanto que cabe a critica textual determinar as palavras exatas do texto original, e cabe a exegese a aplicação das regras e princípios da hermenêutica. 

 

A importância e a necessidade da Hermenêutica

 

Recebemos de Deus graça e responsabilidade para cumprirmos a fiel proclamação de Sua Palavra (Mc 16:15). Interpretar Shakespeare de forma incorreta não deve ser comparado com interpretar a Escritura de forma incorreta. No primeiro caso, teremos conseqüências temporais (alvo de algum “Shakespeareano”), já no segundo caso, temos conseqüências eternas!

 

Todo leitor deve ter em mente que estamos lidando com a Bíblia, ou seja, com os pensamentos de Deus. Passa a ser nossa obrigação esforçar-nos ao máximo para entendê-la (como pensamento de Deus), praticá-la (como vontade de Deus) e transmiti-la (como verdade de Deus) com clareza. Só ai o “processo Hermenêutico” estará completo.


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